30 de novembro de 2014

Um Pai que além de tudo, te mima!

  Durante todo esse tempo que passei em missões integral, longe de casa e de tudo, eu pude conhecer muito mais sobre o Deus provedor- Jeová Jiréh e experimentar de perto milagres diariamente, e mais que isso, eu pude receber do Pai muitos "mimos"...
  O Senhor foi e continua sendo provedor em tudo, em detalhes, sempre me surpreendendo. Eu poderia escrever um livro falando de todas as coisas que venho recebendo e vivenciando, mas vou citar apenas algumas, como:
-vivenciei milagres da multiplicação da comida, que por diversas vezes tínhamos tão pouco, e o pouco multiplicava que todo mundo comia, repetia e ainda sobrava;

-provisão e multiplicação do dinheiro;

-desfrutei de uma cama com colchão novos;

-por algumas vezes eu pude matar a saudade da comida da minha região porque alguém de alguma forma me convidava para um almoço ou até me presenteava com frutas que gosto e que não comia há muitos anos;

-todos nós da equipe de ETED tivemos redução de algumas taxas que tínhamos que pagar em dólar para a missão, e as reduções foram tantas que pagamos apenas R$5,00. Demoramos a acreditar nisso... ;

-em momentos de oração no quarto das meninas, presenciamos uma cura;

-aproveitamos uma oportunidade e um dos nossos pregou em uma missa;

-até minhas passagens aéreas foi milagre! Consegui ida e volta por metade do preço de apenas 1;

-fui surpreendida com uma oferta de uma colega de quarto. Não era muito, mas era o suficiente para que eu pudesse ver a fidelidade e cuidado do Pai;

-fiquei quase 2 meses em área de risco de malária, mas Deus cuidou não só de mim, mas de toda equipe e ninguém contraiu a doença;

-tivemos oportunidade de conhecer muitos lugares turísticos, e muitas vezes nem gastamos, pois as pessoas nos presenteavam;

-uma vez tivemos que nos mudar para economizarmos algum dinheiro na equipe, e pode até parecer contraditório, mas fomos morar por uns dias em um condomínio no melhor bairro de Manaus. Não se explica como economizar morando em condomínio em bairro nobre, mas Deus faz dessas! ;

-recebi mimos de Deus ao desejar coca-cola e outra vez chocolate. Deus usou pessoas para me dar. O chocolate, por exemplo, fui tirar um cochilo, e quando acordei tinha 2 bombons do meu lado. Um parente do dono da casa onde eu estava hospedada, passou e deixou alguns lá;

-pegar um voo pela manhã e poder contemplar do alto toda a floresta e rio é simplesmente um privilégio...
  Tudo começa quando você recebe sua identidade como filho amado de Deus.
  Você passa a aceitar essa verdade, e a Verdade te liberta do sentimento de escravo ou órfão, te tornando filho, te fazendo ser parte do Reino, te permitindo comer na mesma mesa e ao lado do Pai. E o Senhor, como um Pai, Se apresenta cuidando, mimando, prestando atenção nos mínimos detalhes, te concedendo privilégios, honra, presenteando...
  Deus não é apenas provedor suprindo suas necessidades básicas e só. Não! É mais que isso... Ele supre em todas as áreas, sabe o que se passa do lado de dentro e supre também. E vai mais além quando cuida, quando mima, quando faz milagres para que você nunca esqueça que Ele tem todo poder. Eu realmente mudei minha forma de ver Deus, pois anteriormente era como se eu não conseguisse contemplar Ele dessa forma... Experimenta, você também é filho! Mergulha nessa imensidão de amor e O aceite como seu Pai.




20 de novembro de 2014

Programa de índio

(Postagem referente ao dia 25/07/2014)


Tribo Indígena Rouxinol-AM


  Tivemos a oportunidade de conhecer uma tribo indígena hoje e estávamos maravilhados!
  Essa tribo é alcançada pelo evangelho, e eles mantêm sua cultura. Logo na chegada está construída uma linda oca desenhada e com pinturas típicas indígenas e do dialeto. Eles vivem do artesanato, não têm água encanada, são altamente simpáticos. Até ganhamos presentes do cacique: pulseiras artesanais de sementes!


Longe da civilização

(Postagem referente à 15-21/07/2014)

Comunidade Nova Esperança-AM

  Banhada pelo rio Negro, região de igarapés, lugar belíssimo e altamente preservado, só tem acesso a essa comunidade de barco. Fomos acolhidos por uma igreja que nos cedeu um barracão onde passamos a semana.

  Comunidade carente, o barracão que ficamos alojados era aberto. Isso mesmo! Não tinha portas e durante os 6 dias dormimos nos bancos da igreja, tivemos uma porta de banheiro improvisada, água cedida por uma escola, porém durante o final de semana que a escola não funcionava, tivemos que nos virar com água do rio para lavar, descarga, banho...
  Não tínhamos ventiladores e o calor era intenso! Os moradores eram bem reservados, então tivemos que conquistar o nosso espaço aos poucos. Trabalhamos com essa igreja dirigindo cultos, testemunhando, pregando, louvando, através das artes. Também fizemos evangelismo porta-a-porta, palestras na escola sobre pedofilia, abuso sexual e tráfico humano, evangelismo infantil, serviços de enfermagem, aplicação de flúor, etc.

Foram dias difíceis naquele lugar, mas de muito aprendizado e amadurecimento. Dias em que apesar de todo desconforto, víamos Deus cuidando de nós em mínimos detalhes!








17 de novembro de 2014

Vai onde não há amor, e ama!

(Postagem referente aos dias 03 e 10/07/2014)

Comunidade Anaconda-AM
 
  Chegamos na comunidade com uma programação para adultos, mas tivemos que improvisar diante da grande quantidade de crianças, então convidamos os moradores e fizemos um Impacto evangelístico infantil e para nossa surpresa muitos adultos se sentiram atraídos e foram alcançados pelo evangelho também.

 Em uma das peças, fizemos o convite e todas as crianças ali presente vieram à  frente aceitando Jesus em seus corações. Distribuímos o evangelho de João e oramos pelas pessoas daquele lugar tão carente de tudo, inclusive de amor.

  Da segunda vez que fomos lá, Deus nos trouxe um desejo maior de estar orando por aquelas crianças, pois algo que acontece bastante ali é os pais saírem para trabalhar e deixarem as crianças sozinhas em casa, as maiores cuidando das menores, e essas crianças ficam muitas vezes com fome, sem roupa brincando na calçada, vulneráveis a todo tipo de abuso, e a pior parte que chegou ao nosso conhecimento é que é comum uma vez por mês algumas crianças da comunidade desaparecerem, e muitos suspeitam que são sequestradas para serem sacrificadas em rituais de magia negra.
  É uma triste realidade, pois os pais não assumem seu papel de cuidar e proteger, a sociedade também não, pois cada dia mais o amor está se esfriando, e nós como Igreja não devemos fechar os olhos ou fugir do nosso chamado. As pessoas estão morrendo em pecado, e é nosso chamado ir e pregar as boas-novas, falar sem cessar sobre a mensagem da cruz, o plano da salvação, e assim sermos agentes de transformação em um mundo sedento!

Uma rua em trevas....

( Postagem referente aos dias 24/06 e 01/07/2014)

  Seguimos para nosso destino que seria passar 5 horas intercedendo pelo Brasil e pelas vidas que estaríamos alcançando com o Evangelho, e nosso maior desafio era a localização.
  A Casa de Oração Exodus Cry estava localizada na principal rua de prostituição e tráfico de Manaus. A princípio, isso nos pareceu estranho... Dobramos a esquina e nos deparamos com uma rua muito esquisita: casas aparentemente normais, alguns bares sem movimentação na entrada, carros estacionados, hotéis e a Casa de Oração  situada entre algumas casas, mas mesmo sem ver nada suspeito ali, o clima era pesado. Havia algo ali que cheirava a escravidão! Assim que o porteiro da igreja nos viu, nos mandou entrar rapidamente alegando que a rua era muito perigosa, e assim nós entramos no único lugar que trazia paz naquela rua.

Começamos a louvar, adorar ao Senhor e eu conheci a história daquele lugar. Deus trouxe uma direção para abrir essa Casa de Oração durante o período da Copa, e Deus trouxe a direção para abrir naquela rua. Então as igrejas se reuniram, alugaram o ponto e o santificaram, pois anteriormente era um prostíbulo, e ali seria o lugar onde haveria oração e louvor 24 horas por dia, todos os dias, até a Copa acabar, e assim foi. Não estaríamos evangelizando diretamente entrando nos prostíbulos, mas a nossa oração estaria alcançando aquelas pessoas escravizadas pelo pecado.
À medida que orávamos, Deus nos trazia motivos específicos para interceder, então fizemos um momento dividindo todos ali em 2 grupos que estariam tocando nas paredes do lado direito e esquerdo orando e profetizando, e enquanto isso Deus compartilhava conosco Sua dor por todas aquelas pessoas aprisionadas, pecadoras, que não conheciam Seu amor.
O Espírito Santo me levou a orar por mulheres que desde o ventre tinham sido amaldiçoadas, por sonhos de formar uma família que haviam sido frustrados, contra sentimentos de mulheres que se julgavam indesejadas e indignas demais para viverem outra vida, contra a deturpação da imagem de Deus em suas mentes. Orei também por aqueles homens envolvidos no tráfico humano e prostituição, pelas adolescentes, contra aqueles leitos onde habitava o pecado, profetizamos bençãos sobre aquelas pessoas e aquelas casas, e tudo isso era tão forte e real que era impossível controlar nossas lágrimas e o clamor que vinha de dentro sentindo o peso de tudo aquilo...
  Eu tive a oportunidade de estar lá por duas vezes, e sempre na hora de ir embora nós víamos aquelas moças novas, tão bonitas, nas calçadas procurando clientes e os donos dos bordéis nas entradas das casas controlando todo o movimento. Apenas uma certeza ficou em nós: tínhamos avançado espiritualmente, e onde havia apenas trevas, agora havia luz, porque a Palavra não volta vazia, as orações não são em vão e de alguma forma nós estávamos marcando aquele lugar, pois o Reino havia chegado ali e embora eu não saiba nunca dos resultados, tenho a certeza que toda semente lançada brotará um dia!

Kickoff Manaus- 2014

( Postagem referente ao mês de junho)

  Durante o período da Copa do Mundo nós trabalhamos com Impactos Evangelísticos em áreas estratégicas de Manaus, sempre onde tinha grande número de pessoas. Fizemos parcerias com algumas igrejas e outras equipes de Eted e o resultado foi muito bom.

 No primeiro dia, fomos ao local apenas para interceder, louvar e ler alguns Salmos, e para honra do Senhor, um casal boliviano que estava próximo, pediram oração e aceitaram a Jesus. No decorrer do mês, fizemos Impactos Evangelísticos usando circo, teatro, dança, distribuição do Evangelho de João, intercessão e evangelismo pessoal.

 Também servimos 3 igrejas em Manaus através de evangelismo, teatro, pregação, testemunhos, etc. Foi um tempo de muito crescimento!
  Investimos tempo também na conscientização contra o tráfico humano, pedofilia e exploração do trabalho, que na região Norte é muito forte. Íamos para o centro de Manaus, e nas faixas de pedestres fazíamos encenações rápidas e levantávamos cartazes
e faixas com frases que declaravam o fim do Tráfico Humano.


" Façam justiça todos os dias. Livra do explorador aquele
 que está sendo explorado." 
( Jeremias 21.11)

11 de novembro de 2014

Ninguém falou que seria fácil...

( Postagem referente aos dias 06 à 08/06/2014)


   A saudade de casa era grande, e quanto mais se aproximava o dia do meu aniversário, isso intensificava mais.
  Foi a primeira vez em minha vida que passei datas importantes longe da minha família, e isso foi doloroso. A próxima data seria meu aniversário, e o clima já estava delicado a cada ligação que eu fazia ou recebia dos amigos e parentes, e eu estava tentando ser forte, até o dia que pela primeira vez eu ouvi minha mãe chorar no telefone enquanto falava comigo... Aquilo me machucou, porque em todo o tempo eu pensava nos que ficaram e não em mim, e agora além de todas as preocupações do cotidiano que estavam sendo muitas, vinha a saudade insistindo em doer. Eu não tinha a quem recorrer que me entendesse e me consolasse por completo, além do meu Pai, então corri pra Ele em lágrimas, coração em dor... E foi quando eu comecei a compreender o quanto é alto o preço de um chamado missionário e muito mais que isso, como é alto o preço do mandamento " Amar a Deus sobre todas as coisas"! O Senhor começou a ministrar em meu coração sobre confiança, e me trouxe à memória promessas que se cumpririam à medida em que eu obedecesse e fosse forte, gerando confiança e me levando a lugar de honra, lugares mais altos. Uma canção tomou conta do meu tempo, como uma oração, onde eu dizia para Deus:

" Sei que depender é como viver perigosamente,
  mas eu preciso acreditar e confiar no que Você me diz..."


  Então, chegou o meu aniversário!
  Comemoramos em um shopping na praça de alimentação e foi bastante divertido, a parte difícil foi estar em um shopping e não poder me presentear com qualquer coisa que eu quisesse. Lembrei rapidamente do ano anterior, onde eu olhei minha cama repleta de presentes e tive uma sensação, como uma certeza me dizendo para desfrutar pois Ele estava permitindo ser tão especial porque em 2014 seria um ano diferente e que eu não teria tudo aquilo... E pra ser sincera, eu senti falta dos presentes, do dinheiro remunerado pelo trabalho, das companhias, e foi quando Deus falou comigo:

" - Por que você está sentindo falta da sua antiga vida, se Eu não tenho deixado lhe faltar NADA? Lembra dos levitas, Karen? Eles não receberam terras, porque Eu, o Senhor, era a propriedade deles. Eu sou sua propriedade!" 

  Pois é, isso foi tudo que eu precisava ouvir Dele e confiar!


  Se não dói, não é sacrifício!




Experimentando algo chamado: Fidelidade!

( Postagem referente ao dia 03/06/2014)

Começamos a avistar as luzes de Manaus depois de 5 dias subindo o rio. 

  Já era 21:30 quando eu pisei o solo manauara e eu estava de fato me sentindo realizada. Apanhamos nossas bagagens e seguimos para a base de Jocum Manaus, onde nos esperavam com um lanche e muita gentileza para nos acomodar. Apesar de ser tarde da noite e tudo na base estar um pouco escuro, aquele lugar era familiar pra mim, e em minha mente eu fiquei relembrando cada detalhe de um sonho que tivera há 1 ano atrás, onde eu estava na Amazônia e depois seguia para a base de Jocum Manaus. Sim! No sonho eu falava em uma ligação que estava lá, e muitos detalhes do que eu tinha visto no sonho eram exatamente iguais ao que eu estava vendo naquele momento. Agora eu conhecia fisicamente um lugar que Deus já havia me apresentado em sonhos, e essa fidelidade do Pai, essa precisão, esse cuidado em honrar Suas promessas, me surpreende cada dia mais!
  Eu estava ali, e mesmo sem saber o que me esperava pelos dois meses que viriam, meu coração estava cheio de expectativa e desejo de viver esse tempo preparado pelo Senhor...

"Não pare de sonhar e ajudar outros a sonharem , porque sonhos interpretado em prisões geram promoções, foi assim com José do Egito e será assim com você."




9 de novembro de 2014

Era uma vez um lugarzinho no meio do nada...

( Postagem referente ao dia 30/05/2014)

Estreito de Breves
 
  O Estreito de Breves é um lugar muito conhecido na região amazônica, porque serve de ligação à navegação entre os estados do Pará e seus vizinhos, e levamos em torno de 5 horas para atravessá-lo por completo.
   Como o próprio nome diz, o lugar é estreito, a floresta e o rio também. Enquanto navegamos admirando a paisagem belíssima, do nada surgem algumas casinhas ilhadas e isoladas, onde eles não tem um vizinho sequer! Como é típico da região, essas pequenas casas de palafita é feita em apenas um vão para abrigar uma família inteira, e eles não tem acesso a educação, saúde, água encanada e potável, lazer, nenhuma qualidade básica de vida.

  À medida que o navio passava nessa região, ia aparecendo algumas canoas, onde muitas vezes apenas crianças estavam ali dentro remando, algumas sem roupa, outras com pouca roupa, e elas aproximavam a canoa do navio e gritavam pedindo roupa, comida, e como as pessoas que viajam muito de navio já sabem dessa cultura, sempre levam em sacolas algo para doar, e jogam lá de cima do navio, e aquelas crianças estão ali sobrevivendo a correntezas, a marola que o navio faz, ao esforço para apanhar aquelas sacolas, e tantos outros riscos! Essa região parece ser esquecida e desprovida de tudo. Parece que o governo não vê, parece que ninguém sabe da existência deles, ninguém faz nada, e enquanto isso eles vivem ali sem recursos e vulneráveis a todos os tipos de situações. Em alguns trechos, eu notei que as crianças não sabiam falar, elas se expressavam apenas com gritos ou expressões, mas não eram palavras e elas eram crianças na idade de 3-5 anos. Fiquei pensando sobre aquilo, sobre a falta à informação daquelas famílias, que talvez a língua portuguesa já esteja quase extinta entre eles. 
  Avançando até mais próximo das cidades, essas crianças vêm até o navio, e encostam a canoa em um dos pneus ou na barra lateral e sobem até ter acesso ao primeiro andar. Quando eu vi elas fazendo isso, fiquei preocupada, porque é muito arriscado! Enfim, elas vêm para vender açaí, camarão, cupuaçu, e permanecem no navio até a cidade mais próxima, onde elas esperam outro navio descer, e ficam nesse ciclo. Dentro do navio, essas crianças e pré-adolescentes estão muito vulneráveis, principalmente a pedofilia, pois a área do navio que elas ficam por mais tempo é o bar, e onde tem bebida, álcool, drogas, homens e crianças todos juntos, é tenso o clima. Eu tive oportunidade de conversar com uma adolescente dessa região e que vive nessa prática de ir vender nos navios, e ela me contou sobre sua realidade, dificuldades e ela deixou tão claro que busca qualquer oportunidade para mudar de vida, que sua pouca roupa e sensualidade não falaram o contrário...
  Tivemos períodos de intercessão específica sobre esse assunto, combatendo em oração contra a pedofilia e prostituição no meio dos ribeirinhos, porque essa prática é muito comum de se ver na Amazônia, principalmente dentro de navios. Embora eu estivesse ali, com o coração apertado ao ver todas essas coisas, dentro de mim o clamor era mais forte do que tudo, e eu não consegui mais olhar pra aquele povo como antes, mas sim com olhar de compaixão e sede de justiça.

  Foi um lugar que ficou marcado em meu coração e que eu desejo voltar um dia, não apenas passando em um navio, mas poder visitar aquelas famílias e falar o quanto eles são especiais pra um Deus Criador de TODO o universo...

8 de novembro de 2014

Enquanto isso no navio...

( Postagem referente ao dia 28/05/2014)


  Nosso "culto de envio" aconteceu no dia 23/05. Lágrimas, risos, despedidas, enfim... 
foi tudo lindo!

  Começamos a arrumar as malas e a primeira equipe saiu pro prático na Ilha do Marajó-PA, e na equipe que eu estava, éramos 11( 9 alunos e 2 líderes). Almoçamos cedo, pegamos a lancha para Belém, e em poucas horas estávamos na estação fluvial esperando o navio...
  Foi muito novo pra mim, porque eu nunca tinha entrado em nenhum navio, muito menos pra viajar e passar 5 dias dentro de um! Entramos e nos acomodamos no galpão do segundo andar, e logo começamos a armar nossas redes. O engraçado de navio popular é que todos convivem no mesmo galpão, as redes armadas e as bagagens em baixo delas, então o espaço é pouco, o calor é intenso, o barulho é muito, e como é uma viagem um pouco entediante pela falta do que fazer, é preciso muita tolerância, mas como nem todos têm, nós pagamos o preço com um alcoólatra que nos chateou insistentemente durante os 5 dias de viagem...
  No navio nós vivemos d tudo um pouco, foi bem intenso esse primeiro momento do nosso prático. Nos primeiros dias as pessoas demoravam para se aproximar, porque éramos um grande grupo e de missionários, então nossa estratégia de evangelismo foi apenas os relacionamentos, onde passávamos a maior parte do tempo nos esforçando para conhecer pessoas, conversar, e sempre que tivesse oportunidade, falar do amor de Deus. Dessa forma, conquistamos nosso espaço e em pouco tempo as pessoas que nos procuravam para conversar e com muito interesse!
  Pude entregar versículos bíblicos para alguns com os quais tive maior contato, e no penúltimo dia pela manhã conseguimos um espaço no bar do navio para fazermos um culto infantil, onde foram alcançadas 14 crianças e vários adultos.  No mesmo dia a noite, Deus nos levou mais adiante e conseguimos fazer um culto no galpão de festas do navio. Mal conseguimos acreditar nisso! Convidamos todos os tripulantes e fizemos um culto com dança, teatro, testemunhos(inclusive o meu que foi traduzido para os estrangeiros ali presentes), palavra, oração, e quando o culto terminou, as pessoas continuaram ali sentadas, querendo mais, esperando mais, sedentas e famintas pela Palavra de Deus. Então rapidamente a equipe se dividiu e a cena seguinte foi de pessoas contando suas histórias com lágrimas e pedindo orientação e oração, pequenos grupinhos de oração, outros com interesse para conhecer mais a Deus, e ninguém saiu dali vazio! Pelo contrário, a Palavra nos manda ser sal, e o sal além de dar sabor, traz sede, e foi o que vimos naqueles tripulantes, até mesmo o alcoólatra estava lá para nos pedir perdão e nos ouvir falar sobre Deus. Deus é fiel!

  Depois de passar 5 dias subindo o rio e pararmos em 9 cidades, chegamos ao nosso destino: Manaus-AM !



5 de novembro de 2014

Um lugar familiar...

( Postagem referente aos dias 30/03, 05 e 19/04/2014)

Comunidade São Francisco-PA


  Essa foi a comunidade que mais visitamos, porque nossa casa era no mesmo bairro, então pudemos conhecer melhor as pessoas e criar vínculos de amizade. Situada em Barcarena interior do Pará, essa comunidade é formada por casas de sítios, algumas ribeirinhas, outras em terra seca. Pessoas carentes, muitos problemas de pele, cheguei a visitar famílias inteiras que moram todos juntos na mesma casa de palafita, sendo apenas um vão para umas 8 pessoas aproximadamente...




Trabalhamos com algumas igrejas, participamos de cultos nas ruas e células, visitamos casas e evangelizamos, oramos por pessoas, trabalhamos com crianças todos os fins de semana, no revezando em equipes. Foi muito proveitoso!





4 de novembro de 2014

Esse rio é minha rua!

( Postagem referente ao dia 03/05/2014)

Comunidade Utinga-Açú-PA

  Comunidade ribeirinha em região de igarapés, localizada do outro lado da Ilha de Trambioca.
  De barco, levamos um pouco mais de uma hora para chegar, e andamos um pouco a pé para começar a avistar as primeiras casas. A comunidade é grande e eles são muito hospitaleiros, ao ponto de nos dar o melhor que podiam, inclusive toda refeição era um banquete de açaí com farinha, peixe e carne. Fomos recebidos por uma igreja evangélica e nossa equipe também ficou dividida, porque éramos muitos. Assim que chegamos, começou o trabalho.
Passamos o fim de semana atendendo pessoas em um trailer na área médica, odontológica, farmacêutica e de enfermagem. Também foi feito evangelismo com crianças, palestras com adolescentes sobre pureza e sexualidade, participamos do culto onde testemunhamos e pregamos.
  As necessidades ali são parecidas com as de outras comunidades ribeirinhas: falta de saneamento básico, educação, mosquitos, água tratada, transporte, saúde, que pelo tamanho do local e quantidade de casas, deveria ter um posto d saúde, mas... Eu cheguei a visitar uma jovem de 20 anos, que na madrugada anterior tivera seu filho em casa sozinha. Isso mesmo, sozinha! Enquanto seu marido saiu para buscar ajuda, a jovem teve seu bebê ali mesmo, deitada em sua rede, dentro de sua casinha de palafita, porque o hospital mais próximo ficava há 2 horas de barco.

Enquanto os médicos atendiam, eu estava visitando pessoas e encontrei casos de tumor na cabeça, doenças de pele, alergias, entre tantas outras, e como resposta de oração, eles foram abençoados com uma equipe de missionários que além de levar a Palavra, levou também medicações e consultas.

  *Tive a alegria de conhecer uma família que me trataram como parte deles e a garotinha linda que eles tinham parecia mais ser minha filha de tão apegada que ficou a mim.

  *O presbítero da igreja realizou seu sonho: conhecer um estrangeiro que viesse de muito longe até sua comunidade para pregar o evangelho, e lá estava o Joe para cumprir esse sonho e alegrar aquele ribeirinho!

Em um paraíso cercado por água!

(Postagem referente ao dia 26/04/2014)

Comunidade Ilha de Trambioca-PA

 
Região de igarapés, navegamos quase uma hora para chegar, e beirando o rio, após passar por uma ponte extensa, estava a igreja que nos acolheu. Fomos muito bem recebidos, e a equipe foi dividida em algumas casas, porque éramos em torno de 10 pessoas.
  Fizemos uma programação especial com as crianças e até os pais foram alcançados com a Palavra.
  Participamos dos cultos, testemunhamos, louvamos, pregamos a Palavra, visitamos casas e oramos por pessoas. Também foi feita uma palestra com as mulheres sobre o câncer de mama.
  Foram tantos mimos de Deus nessa comunidade, que até na hora de ir embora eu estava ganhando frutas que gosto e um desenho de mim mesma que uma criança havia feito no culto infantil!
  Aquele lugar era lindo demais, apesar da vida simples e difícil. No último dia, eu acordei bem cedo e fui para o trapiche ( pequeno porto de madeira, típico em comunidades ribeirinhas). Fiquei ali admirando a criação de Deus, buscando Sua presença no silêncio daquele lugar. Apenas água, árvores, céu, eu e o meu Pai... Até hoje recebo respostas da oração que fiz naquele dia e naquele lugar.