Muitos amigos meus “cansaram” de ir para igreja, se cansaram do sistema, da liturgia e da hipocrisia que vêem por ai. Falam para mim que continuam amando a Jesus e que lêem a Bíblia em casa, mas que não querem mais se meter com a instituição “Igreja.” Eu tenho certeza que eles ainda amam a Jesus, que vivem de maneira santa diante de Deus e que fazem boas obras onde estão.
Não estou aqui para criticar ou julgar ninguém, mas ultimamente tenho pensado sobre esse “movimento dos sem-igreja” e por um bom tempo achei que eles tinham suas razões e justificativas, e quem era eu para discordar? Cresci na igreja, já vi os piores ângulos imagináveis, já vi muita hipocrisia de perto, mas continuamente ouvia uma voz que falava: “Não é a respeito dos outros, mas sim a respeito do que existe entre Eu e você.” Essa voz me manteve até hoje, 31 anos depois, ainda freqüentando reuniões e ajuntamentos cristãos.
Ultimamente vejo que o problema nunca foi “não ir para igreja”- mas sim se conformar com a situação atual da Noiva de Jesus. Tem pessoas que vão para igreja e estão conformados, e tem aqueles que desistiram da Noiva, não querem ser parte da realidade bruta e feia em que ela se encontra, assim se conformando também.
Por muito tempo confesso que morria de vergonha de ser classificada “evangélica” por tantos absurdos que ouvia e via de pessoas que se diziam “crentes”. Era extremamente difícil falar que fazia parte de uma Noiva tão despedaçada e bitolada. Até que um dia comecei a ver que a Igreja era sim, uma lugar de pessoas extremamente problemáticas, mas que também era parte de mim.
Aprendi que amar o inimigo lá fora é fácil, mas perdoar o “irmão” crente do lado era um parto de mais de 96 horas. Aprendi que quando Jesus falou para carregar minha cruz, não era só sofrer a perseguição fora da igreja, mas dentro dela mesmo. Aprendi que perdoar alguém que não conhece a Jesus é leve, mas perdoar aquele que você estima estar uma posição de “unção” é muito mais pesado. Aprendi na raça e com muito suor, que fazer parte da Noiva me fazia ser mais como Jesus.
Não sou contra quem não vai para Igreja, nem aquele que é engolido pelo sistema religioso, mas sou a favor de pagar o preço para ver mudanças, para lutar por uma Noiva saudável e unida. Minha igreja local é longe de perfeita, mas nós (meus amigos e companheiros) juntos tentamos, mesmo errando inúmeras vezes, viver um cristianismo verdadeiro. Cristianismo não é para os fracos, é para aqueles que conseguem lutar pela verdade e o amor, mesmo que estejam diante de tudo que discordam, mas que ainda têm a esperança que um dia seremos a Noiva Imaculada.
Você sempre escolherá o preço que vai pagar.
O que muda é o resultado desse preço.
O que muda é o resultado desse preço.
Eu escolho o maior preço, não porque sou melhor que ninguém, mas porque eu ainda não parei de sonhar e lutar, e não pararei até o fim.
(Texto de Zoe Lilly)