24 de agosto de 2016

Arnie, você me ama?

  Essa não é a primeira vez que escuto essa pergunta. 
  Quase todas as manhãs, Mercy pergunta a Arnie se ele a ama. 
  Mercy e Arnie são duas crianças tailandesas, são amigos e estudam juntos. E quase todos os dias ela pergunta novamente se ele a ama. Essa pergunta me fez pensar. Tocou o meu coração. Talvez ela pergunte, porque não tem certeza, já que muitas vezes Arnie prefere brincar com a sua irmã gêmea. Talvez ela pergunte, porque gosta de ouvir ele dizer que sim. Talvez ela pergunte, porque tem necessidade de se sentir amada e querida. Talvez pergunte por perguntar... Mas, a pergunta constante acabou mexendo comigo.

  Lembrei de Jesus e Pedro. Jesus o perguntou 3 vezes:
"-Pedro, você me ama?"
  A mesma pergunta 3 vezes. E depois da resposta, o mesmo pedido 3 vezes:
"-Apascenta as minhas ovelhas."

  Deus realmente ministrou meu coração através da pergunta de Mercy.
  Estar em missões em tempo integral é desafiador. Estar em uma nação com cultura totalmente diferente da sua, pode ser um choque. Deixar todos que você ama, pegar uma mala e colocar apenas o que cabe dentro e partir, é uma decisão dura. É preciso você amar Aquele que te convida muito mais que a sua família, amigos, comida, idioma, cultura... Mas isso não é tudo! Depois de aceitar o convite e partir, tem o desafio de continuar no lugar que Deus te quer. E para continuar, você precisa continuar com os seus olhos e coração somente Nele! 
  Acho que Mercy se parece com Jesus quando insiste na mesma pergunta:
"-Você me ama?"
  E o pedido Dele para mim continua sendo o mesmo:

"-Continua. Fala quem Eu Sou para os que não Me conhecem ainda. Ame as pessoas. Se entregue nessa missão tão linda de Me fazer conhecido entre todas as tribos, todos os povos e línguas. Se você Me ama, pregue o evangelho!"

Vou finalizar com o mesmo convite que Jesus fez a Pedro (em João 21.19 c) e a mim:

"Então Jesus disse: -Venha comigo!"

O que falta para você amá-Lo mais que a tudo e se render ao propósito que Ele tem para sua vida? Você O ama?




10 de junho de 2016

Família de coração

  Passar o aniversário longe da família e amigos, pode ser muito desanimado.
  Aqui no vilarejo tenho pouquíssimos amigos, nenhum parente, então nem programei nada em especial para o meu aniversário. Eu pensei que iria ser uma dia normal para mim, mas me enganei...

  Ao acordar, começaram as surpresas, e a primeira foi da missionária que mora comigo. Além de tudo, no cartão que escreveu, ela me agradeceu por ser como uma irmã para ela, já que a única irmã que ela tem está nas Filipinas... Depois, as missionárias da África do Sul junto com suas filhinhas adotivas, me levaram para um lugar com uma vista sensacional para comer sobremesas e bebidas típicas tailandesas. Além da companhia e os presentes que recebi, elas me adotaram como alguém da família (uma falou que é a minha mãe, a outra a minha avó, e as gêmeas são minhas irmãs menores).  Ao chegar em casa, ainda tive bolo surpresa na minha cor favorita feito pelas crianças aqui do ministério.
  Foi de fato um dia surpreendente! Não foi um dia normal, foi um dia especial, e Deus me trouxe à memoria algo que Ele falou para mim durante um evangelismo no sertão da Paraíba, há um ano e meio atrás:

"-Eu vou tirar você da sua parentela e levar para uma terra distante, mas como recompensa vou lhe dar muitos irmãos, mães e pais lá..."


  Vejo o cuidado do Senhor em não me deixar sozinha. Eu estou cercada por Sua presença todos os segundos da minha vida e também rodeada de pessoas que me amam e têm sido uma família para mim aqui na Tailândia. O que sentir além de gratidão?


"Jesus respondeu: -Eu afirmo a vocês que isto é verdade: 
aquele que, por causa de mim e do evangelho, 
deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou 
terras receberá muito mais, ainda nesta vida. 
Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães..." 
(Marcos 10. 29-30)

O papel do Missionário

Texto traduzido e adaptado*
Eu sempre quis ser aquela pessoa de camiseta laranja, escrito: “Voluntário”. Ou a camiseta cinza ou azul da ONU. Cada organização, eu queria uma cor de camiseta diferente.
Eu sempre quis ser a pessoa ali no chão, no campo, entregando água potável às vítimas de um tsunami, distribuindo sacos de arroz para pessoas famintas ou segurando a mão de um órfão que chora a perda da mãe. Eu sempre quis SER realmente as mãos e os pés de Cristo em um mundo que sofre, mais literalmente do que de forma figurada.
Nas trincheiras. Com as mãos sujas de terra.
Erguendo minha própria espada contra a injustiça do mundo. Abraçando com meus próprios braços as crianças esquecidas.
Porém, temos vivido do Sudeste Asiático por aproximadamente um ano. Meu marido e eu temos entendido que por termos nascido como ocidentais com dinheiro e estudos, talvez nunca venhamos a usar uma dessas camisetas que mostram os voluntários das organizações em contato com o povo de um local onde as pessoas estão sofrendo.
Por que, honestamente, as pessoas locais estão mais preparadas a serem as mãos e os pés de Jesus em suas próprias culturas do que eu, uma americana e missionária há um ano. Eles falam a língua local, vivem realidades próximas e possuem um conhecimento intrínseco da cultura que meu entendimento ocidental nunca vai conseguir compreender inteiramente. Assim, as pessoas igreja local são, naturalmente, as melhores pessoas a vestirem essas camisetas.
E isso é algo difícil para eu aceitar.
Por que, de repente, meu papel acaba sendo muito mais de “por trás das cortinas” do que algo na linha de frente, óbvio e claro. E isso causa conflitos porque programar sites em frente a um computador não parece tão inspirador. Levantar sustento para uma organização escrevendo emails não parece tão emocionante, e administrar as finanças de um orçamento com certeza não se equiparam a resgatar uma criança. Ainda assim, essas habilidades, por mais sem glamour ou sem importância que pareçam, elas são umas das únicas que eu e meu marido podemos oferecer.
Na semana passada, li sobre a batalha que o povo de Israel teve a caminho da Terra Prometida (Êxodo 17). Era Josué que estava nas trincheiras desembainhando espada, mas era Moisés que estava no alto do vale com seus braços levantados, garantindo a vitória sobre a batalha abaixo dele. Mas existem ainda dois outros homens, menos lembrados que Moisés ou Josué, Arão e Hur, que literalmente ajudaram Moisés a manter seus braços erguidos — ambos levantados acima da cabeça, um dia inteiro.
E isso me impressionou pessoalmente, porque meu marido e eu viemos para o campo achando que seríamos Josué, o cara com a camiseta da organização, os soldados na linha de frente.
Mas a verdade é que, de diversas maneiras, nós fomos mais necessários como Arão e Hur: servindo de maneira pouco ‘emocionante’, silenciosa e discreta, segurando os braços cansados de algum cristão local.
Acredito que o motivo dessa ideia ter me incomodado nos últimos meses é porque vim para o Sudeste Asiático com um pouco daquele “complexo de herói” ou “complexo de Salvador”. Eu cruzei os oceanos porque assumi a ideia de que eu tinha as respostas, as habilidades e recursos que essas pessoas precisavam.
Mas eu estava errada.
E agora me pego pensando em quanto o meu ministério foi motivado por uma ambição interesseira, pensando em quanto o meu “amor ao próximo” foi envolvido por uma expectativa dramática de emoção e romantismo.
E isso é difícil de admitir. É difícil admitir que eu talvez tenha servido com um interesse pessoal. E, humildemente, ainda acredito que isso acontece. Porque o amor verdadeiro pelos órfãos não se importa com cargos, reconhecimento ou emoção. E porque o cuidado verdadeiro pelos mais desfavorecidos não tem interesse em tapinhas nas costas ou a cor da camiseta que você usa.
* Laura Parker é missionária e escreveu o texto “O cara de camisa laranja
(foto: ONU/Eskinder Debebe)

23 de maio de 2016

Cuidando dos filhos Deles (II)

  Entrei no meu quarto correndo, me sentindo angustiada e me agarrei ao travesseiro. Me peguei chorando porque meu coração foi tocado pelos órfãos... Lembrei de mim mesma!
Fui sarada para sarar outros

  Nasci em um lar cristão, por isso sempre foi comum para mim ouvir que Deus também é um Pai, mas somente com 22 anos de idade foi que eu entendi e recebi minha identidade como Filha.
  Acredito que a coisa mais dolorosa que já ouvi da parte de Deus foi: "-Você não age como filha, você não sabe ser filha." Fiquei chocada com aquilo! Como assim eu não sei ser filha? E entre um turbilhão de pensamentos confusos, Deus começou a cuidar de mim e pouco a pouco eu comecei a concordar com o Senhor quando analisei diversas situações onde Ele não tinha espaço na minha vida... Eu não confiava que Ele poderia cuidar de mim e proteger em situações de risco, embora Ele sempre o fizesse eu continuava desconfiando.
  Eu não conseguia vê-Lo como provedor, porque sempre fui muito independente e passar a depender Dele ainda é algo muito desafiador para mim. Eu não conseguia me sentir mimada e amada ou me sentir segura de que NUNCA seria abandonada. Descobri que muitas vezes minha obediência era por medo de afastá-Lo de mim, e por fim, descobri que não conseguia O chamar de Pai...Tudo sequelas da orfandade! Eu era parte Dele, mas não me sentia como. Não ter tido o amor do meu pai durante toda a minha vida, me fez ter dificuldades para me sentir amada, especialmente por Deus.
  Começou o processo de cirurgia na alma e foi muito doloroso! Me descobrir, começar a acreditar e confiar Nele, aprender a ser filha. Lembro do dia que orei entregando meu coração dizendo que eu queria aprender a agir e ser Filha, e daí começou uma grande mudança na minha vida, como um treinamento. Pela primeira vez em toda minha vida, eu senti as várias facetas do Pai que cuida, que protege, que mima, ama incondicionalmente e NUNCA, nunca me deixa sozinha e não me abandonará jamais. Ainda lembro dos anos que fui órfã, mas não me dói mais; eu encontrei meu Lar e meu Pai, e hoje tenho um nome!

Fragilidade x Rebeldia= Eles só querem receber amor

  Agora estou convivendo e cuidando de muitas crianças órfãs na Tailândia, e como tem sido desafiador! Tenho lembrado muito do Abrigo em Manaus(Brasil), e das crianças de lá. Algumas abertas para dar e receber carinho, outras nem um pouco. Lembro de um garoto que se aproximou de mim no meio do culto na base missionária, e ele não falava comigo, não me olhava, não me permitia sequer passar a mão em seu cabelo, apenas estava ao meu lado, e às vezes esbarrava em mim de propósito e com grosseria. Eu apenas fiquei lendo os sinais que ele me enviava, e na verdade ele queria amor e carinho, só não sabia como receber, e talvez o medo de ser rejeitado o fazia agir daquela maneira, mas no final eu ganhei um abraço rápido e meio bruto... São características próprias de órfãos: se apegar demais quase que implorando amor, necessitar de muita atenção, alguns agem de maneira mais ousada quando se permitem ser tocados, abusados, só pra se sentir desejados por alguém. Outros agem totalmente no extremo da rebeldia, não sabem ser submissos, amáveis, e assim como não sabem ser, não sabem receber amor também, mas na verdade é tudo medo de rejeição.
  Aqui não é diferente, as crianças têm essas características também, e muitas vezes é muito contraditório, difícil de entender por que alguém que apenas deseja amar e se sentir amado não consegue...Mais uma vez lembro de mim, e de todas as vezes que eu errei por não saber como demonstrar amor. Lembrei do longo tempo que levei até deixar o meu coração ser completamente inundado pelo amor e paternidade de Deus, e assim como muitas pessoas usadas por Deus para me ajudar e investir tempo na minha vida com toda a paciência, tenho feito também, e por mais difícil que pareça ser lidar com órfãos, eu sei que das minhas feridas podem sair poder para curar aqueles que necessitam ter um encontro de Pai com filho.
Aqueles que mais tem dificuldades para amar, são os que mais precisam de amor!


Cuidando dos filhos Dele (I)




Existem dois tipos de órfãos:
aqueles que os pais morreram
devido alguma situação, e os que
 são órfãos de pais vivos.



  Na infância, a criança é muito dependente da ajuda dos adultos, mas não é só isso, elas são dependentes também da atenção e amor dos pais para desenvolverem sua auto-estima e auto-confiança, e assim terem um emocional equilibrado e saudável.
  Quando não se tem os pais, ou um deles, o emocional da criança é afetado, e por mais que ela tenha outros responsáveis e cuidadores, nunca será o mesmo que ter os seus pais presentes. É como um vazio que não pode ser preenchido e que trará consequências emocionais, sociais e espirituais. 
  A família é algo que nasceu primeiramente no coração do Senhor, e uma das obrigações dos pais é garantir segurança e cuidados aos filhos, então quando isso não acontece, quando esse plano falha, as crianças sofrem muito mais por não terem suas emoções sólidas ainda, e é justamente por isso que Deus se importa tanto com os órfãos, porque sabe o quanto isso vai distorcer a maneira de enxergá-Lo como Pai.


As inseguranças

  Ser órfão é estar vulnerável. É não ter o provedor presente, no caso de faltar o pai, ou o carinho materno, no caso de faltar a mãe. Não ter os cuidados, a proteção, a segurança e o amor das pessoas mais importantes. É não ter a quem entregar o presente nas datas comemorativas como "dia dos pais" ou "dia das mães". 
É ser ferido constantemente pela ausência, e ver pais e filhos almoçando em família, nas férias, caminhando juntos e não poder viver o mesmo. E esse misto de sentimentos vai ferindo a alma, vai trazendo sequelas emocionais e pouco a pouco isso afeta diretamente a forma de enxergar um Deus que se diz Pai.
  Afeta porque é difícil ver Deus como Pai quando nunca se teve um. É difícil chamar alguém de Pai quando essa palavra nunca foi comum pra você. É difícil ser dependente de alguém quando toda a sua vida você teve que aprender a ser independente e tomar sua próprias decisões. É difícil confiar que alguém nunca te deixara, nunca te abandonará. É difícil acreditar que alguém nunca te deixara faltar nada. É difícil confiar quando alguém te promete proteção e cuidados em todos os sentidos. É difícil ser filho quando você não sabe agir como um.
 Insegurança, independência, auto suficiência e desconfiança são bagagens que órfãos carregam e que dificultam a forma de ver Deus como Ele realmente é.

Eles tocam o coração do Pai


  Sim, Deus se importa e muito! Em toda a Bíblia, Deus deixa muito claro o quanto se importa com os órfãos. Nos profetas maiores, nos salmos, na lei que foi dada a Israel, nos diversos livros do Novo Testamento, está cheio de textos falando sobre eles. Não negar ajuda, não explorar, não prejudicar em nada, garantir justiça e manter os direitos, exercer misericórdia, e Ele ainda fala que se um órfão estiver sendo explorado ou maltratado e clamar a Ele, serão ouvidas suas orações.
  Todo esse interesse particular de Deus pelos órfãos revela apenas uma coisa: o desejo do Senhor em ser o Pai que eles nunca tiveram. No livro de 1 João 3.1, ele escreveu: 


 "Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos 
chamados filhos de Deus, o que de fato somos! "

  Ele nos chama de filhos! Jesus nos ensinou a falar com Deus o chamando de Pai. O desejo do coração do Senhor é que entendamos que somos filhos amados, desejados e queridos. Um filho que faz parte do Reino, que tem uma herança a receber, que tem um Pai provedor, cuidadoso, amoroso, confiável e que NUNCA nos abandonará. ainda que a mãe se esqueça, Ele nunca esquecerá. 
João - 14:18  "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós."
Salmos - 68:5  "Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo."
 Todo o vazio causado pela ausência, somente 
o Senhor pode curar e preencher. 
Alguns podem ter falhado na missão do amor, 
mas Ele jamais falhará.


7 de maio de 2016

Vidas são mais importantes do que coisas

  Em junho de 2014, eu estava no prático da ETED na região amazônica, e eu tive um sonho.
  Sonhei que estava em um hospital simples, de cuidados básicos, e eu estava cuidando de um senhor muito debilitado. Eu sabia que ele era asiático, todos os traços daquele senhor eram de pessoas asiáticas. Eu estava tentando alimentá-lo, mas como o seu rosto estava sujo e com secreções, ele não conseguia comer, então eu limpava com gaze úmida para poder continuar tentando dar comida a ele, mas quando eu terminava de limpar, aquele senhor estava tentando falar algo, mas não conseguia. Ele me olhava nos olhos quase chorando... acho que ele queria me agradecer por estar ali cuidando dele.
  Quando Deus me direcionou para o norte da Tailândia junto com o ministério "Casa do Coração Aberto", eu sabia que iria estar trabalhando no hospital da missão, mas eu não sabia como era o hospital. Poucos dias antes de chegar, recebi um e-mail da médica voluntária me explicando tudo sobre o hospital, e eu lembrei do sonho, lembrei do hospital simples e de cuidados básicos, lembrei do senhor asiático, e eu estava prestes a me mudar para a Ásia e cumprir tudo o que Deus havia me  mostrado naquele sonho. Uau! Mas isso não é tudo... Quando cheguei, fui conhecer o hospital e tínhamos apenas um paciente no mês de abril, e era o paciente do meu sonho. Um senhor de idade, asiático. A médica me contou a história dele: ele chegou aqui totalmente debilitado, não andava, estava fraco e pouco a pouco, ele foi se recuperando até que recebeu alta.

  Eu guardei lembranças muito boas desse senhor. Tive a oportunidade de cuidar dele até vê-lo voltar para casa recuperado. Todos os dias nós caminhávamos um pouco, e uma vez, era de tarde e estava muito quente, ele pegou um chapéu e colocou na cabeça e pegou outro colorido e colocou na minha cabeça. Outra vez, faltando dois dias para ele receber alta, ele me deu um cheiro na cabeça. Eram formas dele me agradecer por estar ali, fazendo companhia, cuidando dele. Não tenho muita certeza se aquele senhor entendeu o que é o cristianismo, mas ele ouviu falar de Jesus e viu cristãos apaixonados por vidas e que largaram tudo pra tocar corações. Aquele senhor, marcou minha vida, pois antes de conhecê-lo pessoalmente, eu orei por ele e por pessoas na mesma situação que eu ainda iria conhecer.
Antes de tudo a oração. 
Primeiro tocamos o céu com a oração, com nossas lágrimas, e então depois nós tocamos vidas com a paixão pelo chamado e a luz do evangelho!

Meu jardim particular...


  Ganhei essa pequena flor de uma das crianças aqui do ministério enquanto cuidávamos do jardim, e imediatamente Deus começou a falar comigo...


  
  As crianças estão de férias, e estamos passando o dia com elas, fazendo várias atividades como: reforço escolar, ajudando nas tarefas de casa, gincanas, discipulado, etc. Esse tempo com elas está sendo muito precioso para mim, pois estou tendo mais contato com elas, participando da vida de cada uma, conhecendo e conquistando seus corações, mas às vezes é árduo. São crianças que vieram de situações de risco, a cultura é muito diferente e o idioma também às vezes não facilita, e discipular essas crianças tem sido um desafio para mim.

  Ontem, enquanto estávamos cuidando do jardim, eu estava pensando no grande esforço que precisamos fazer para recuperarmos o jardim por completo. As plantas estão morrendo devido a seca e nossa área é muito grande, então é um trabalho a longo prazo e que precisa de cuidados diários até estar tudo em ordem e bonito novamente. 
  Quando ganhei a florzinha, Deus falou comigo que essas crianças são o meu jardim! Preciso me dedicar todos os dias, cuidando a longo prazo até vê-las crescendo em seu relacionamento com Deus. Esse é o meu jardim particular que Deus me entregou nas mãos para cuidar.
Pequenos passos muitas vezes são grandes ações!