Os cinco cristãos do bairro de Palansai foram participar de um culto na aldeia Boukham, nas proximidades do distrito de Ad-Sapangthong. A Human Rights identificou os cinco por seus primeiros nomes, como é habitual no Laos: Phosee, Viengsai e Alee da aldeia Phosai; Poon da aldeia Pone e Narm da aldeia Natoo.
Anteriormente, eles haviam realizado muitos trabalhos cristãos em Boukham, na província de Savannakhet, sem nenhuma interferência das autoridades.
"Isso virou rotina no Laos", disse um pastor da capital ao Compass, sob condição de anonimato. "Na capital do país temos visto as coisas melhorarem um pouco. Mas as leis mudam com muita facilidade. As coisas podem mudar do dia para a noite, e a situação ainda é muito difícil nas províncias”.
Membros da igreja Boukham se reúnem em uma casa particular, como fazem a maioria dos cristãos dos outros povoados da província. Os oficiais do governo se opõem fortemente aos pequenos grupos reunidos fora do guarda-chuva de igrejas aprovadas como a Igreja Evangélica do Laos (LEC), mas muitos cristãos preferem se reunir em casas-culto, por causa dos controles existentes sobre as atividades da LEC.
Após a prisão, que aconteceu às 14h no domingo, as autoridades mantiveram os cinco cristãos detidos no quartel general da vila Boukham, também usado em dezembro de 2011 na detenção de oito líderes de igrejas presos por reunir cerca de 200 cristãos para uma celebração de Natal.
Os oito líderes presos, em dezembro, alegaram que tinha pedido e recebido permissão para organizar o evento; inclusive, convidaram o chefe da aldeia para participar. O chefe se juntou a eles para a refeição de celebração, mas saiu antes do sermão. Forças de segurança da vila chegaram pouco tempo depois.
Naquela época, representantes da LEC pagaram uma multa para a liberação de um dos detidos, mas não tiveram sucesso na libertação de outros sete.
Uma semana depois, em 21 de dezembro, autoridades alertaram os 47 cristãos de uma igreja da aldeia Natoo, próxima ao distrito de Palansai que eles deveriam desistir de sua fé ou irem embora da aldeia.
"Temos implorado ao governo que respeite a liberdade de religião e crença, assim como garante a Constituição do país", disse um funcionário da Human Right em comunicado divulgado no domingo (25 de março).
O pastor disse que, embora as condições tenham melhorado na capital, as igrejas estão começando a enfrentar problemas típicos das igrejas ocidentais, o materialismo.
"Agora temos muitos grupos que entram no Laos para oferecer dinheiro", disse ele. "Antes, todos os pastores compartilhavam o mesmo carro velho. Mas agora todos têm o seu próprio carro, seu próprio computador, e não precisam mais compartilhar seus recursos com ninguém. Todos querem uma boa casa e dinheiro para enviar seus filhos às escola - e quem pode culpá-los por isso?”. Antigamente, disse ele, as igrejas experimentaram uma maior unidade.
"Antes disso, eles olhavam para Deus como sua única fonte de ajuda", acrescentou. "Agora eles olham para os outros. Nossa maior necessidade é voltar ao primeiro amor, e viver em unidade.”
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