Supostos militantes hindus interromperam uma reunião de oração cristã e forçaram duas mulheres que lideravam um grupo de evangelismo a parar suas atividades, no sudoeste do estado de Karnataka. Os cristãos locais disseram que mais de 20 hindus "radicais" e "extremistas" invadiram a reunião de oração, no bairro Vijayanagar, Bangalore, capital do estado.
A multidão hindu insultou os fiéis e ordenou que as duas mulheres que lideravam a reunião: Parimala, 36, e Padmavathi, 35, parassem as orações imediatamente. As duas mulheres são membros da Prarthana Mahima Mandira - uma igreja independente no bairro Vijayanagar, disse um cristão.
Ex-hindus
As líderes, ex-hindus, se converteram há 12 anos. Além de liderar uma congregação de 60 membros, que muitas vezes se reúnem para momentos de oração em uma casa alugada, também distribuem publicações evangélicas aos moradores da região.
Irritados com essas atividades, os militantes hindus apresentaram uma queixa na polícia acusando os cristãos de fazer "conversões forçadas" e pressionaram as duas pastoras a assinar um documento que assegurava a suspensão das reuniões de oração e das atividades de evangelismo.
De acordo com o Conselho Global de Defesa dos Cristãos Indianos (GCIC), as duas mulheres ficaram detidas na delegacia de polícia por pouco tempo graças ao bom trabalho prestado por seus advogados.
Além de Karnataka, os cristãos têm se queixado sobre os ataques em outros lugares, inclusive no estado indiano de Tamil Nadu, sul do país, onde a polícia prendeu o pastor John Chidambaran depois que militantes hindus espancaram ele e sua filha, alegando que ele estava envolvido em "conversões forçadas".
Militantes RSS
O ataque de dez militantes do grupo radical hindu Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), ou ”Organização Nacional de Voluntários", foi desencadeado pela denúncia de um pastor contra seu vizinho, que tentou tomar parte do terreno da igreja.
Em retaliação, o vizinho pediu ao RSS que atacasse o pastor, disseram testemunhas. Os agressores também não pouparam a filha do pastor, que teve de ser levada ao hospital para tratamento.
Em um comunicado, os policiais disseram que "cuidarão da segurança do pastor" e que "vão resolver amigavelmente o assunto de acordo com a lei, e que estavam tentando encontrar uma solução amigável para as duas partes."
No entanto, o vizinho e líder do RSS supostamente continuou assediando a família do pastor, e agrediu o irmão do pastor, identificado como Sahayam. Os cristãos conseguiram com sucesso registrar uma queixa na polícia contra as "falsas acusações" de "conversão forçada". Os agressores ficaram detidos por pouco tempo e foram soltos após o pagamento de uma fiança.
Ataques em Kerala
Outros cristãos também foram atacados na cidade de Kanhagad, no estado de Kerala, sudoeste do país, onde os cristãos locais disseram que "extremistas hindus" agrediram verbalmente um pastor e seus filhos por causa de sua fé em Cristo. Seu carro foi danificado com enormes rochas e pedras. O ataque aconteceu quando militantes hindus invadiram a casa de um convertido do hinduísmo que tinha convidado o pastor Tito Inácio Kapan e sua família para o jantar.
Os agressores fugiram depois de saber que o Pastor Kapan tinha chamado a polícia, que chegou cerca de uma hora mais tarde. Foram apresentadas queixas à policia, mas nenhuma prisão foi realizada.
Cristãos devotos negaram que estão envolvidos em "conversões forçadas", dizendo que tal atitude é incoerente ao que a Bíblia diz, deixando claro que a fé em Cristo é livre, uma escolha pessoal e espontânea.
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